A nação judaica passou por quatro exílios. O primeiro no Egito, o segundo na Babilônia, o terceiro na Assíria. O quarto e último exílio é aquele onde estamos nos últimos dois mil anos, o "exílio de Edom". (Edom significa Roma, e simboliza os países do mundo ocidental).
A porção Vayigash da Torá delineia o início da jornada do povo judeu ao exílio. D'us apareceu a Yaacov e prometeu: "Eu descerei com você ao Egito, e certamente o farei subir novamente."
Animado com essa promessa, Yaacov e seus filhos desceram ao Egito e começaram a estadia de 210 anos do povo judeu naquele país. Em muitos aspectos o exílio no Egito foi o mais difícil de todos; ocorreu antes da Outorga da Torá, que concedeu às futuras gerações a força para tolerar o sofrimento. E também, como ocorre com outras experiências dolorosas, a primeira vez que a ferida ocorre é sempre a mais profunda e a mais difícil de superar.
Além disso, o exílio dos judeus no Egito diferiu dos exílios futuros porque todos os judeus estavam envolvidos. Os exílios posteriores encontraram os judeus dispersos em todo o mundo, assegurando que toda vez que os judeus fossem discriminados em um país, houvesse outras terras nas quais pudessem desfrutar relativa liberdade, e pudessem ajudar seus irmãos.
Além disso, o próprio Egito era um país que apresentava dificuldades específicas. Não somente era espiritualmente corrupto, como nossos Sábios o descrevem como um país fortificado do qual nem um único escravo conseguia escapar.
O primeiro e mais difícil exílio serviu a um propósito positivo – agir como preparação para a Outorga da Torá no Monte Sinai. O Egito foi a provação na qual a nação judaica foi purificada e tornada digna da Torá.
Aprendemos isso do nome hebraico para Egito, Mitzrayim, que vem da palavra que significa "limitação" e "constrição". Quando o fluxo da água é bloqueado artificialmente colocando-se uma obstrução no seu caminho, a água flui ainda mais fortemente por causa do obstáculo temporário. Quando alguém segura o polegar na boca da torneira para obstruir parcialmente o fluxo, a água sai ainda mais fortemente da torneira.
Assim é o Divino propósito do nosso exílio, descobrir em cada judeu as forças ocultas e os depósitos de fé que estão na alma judaica. As dificuldades e pressões do exílio fazem estas qualidades interiores e o auto-sacrifício serem revelados.
A experiência do exílio pode ser usada em nosso maior benefício – para fortalecer nosso compromisso com a Torá e mitsvot. Assim como os judeus terminaram por deixar o Egito vitoriosos e com "grande riqueza", que sejamos dignos de trazer a Era Messiânica, agora.
Fonte: pt.chabad.org
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